PÓS 8 DE ABRIL



E lá se vão os dias, os meses e os anos. A Europa discute o 8 de Abril. A Roma se reúne para discutir o que avançou pós a década e inclusão dos Roma e o que acabou escoando por entre os dedos e não se cumpriu.

Na Espanha se reuniram, universitários e profissionais liberais, na Romênia, professores e doutorandos entre os ativistas Portugueses e tantos outros. Na luta para efetivarem na prática, o avanço que já se conquistou. Por cá ainda nos falta muito alcançar esse padrão, mas vamos seguindo em frente, daqui a 10 anos essa situação irá mudar.

Emplacamos nós nessa discussão mundial e aqui no Brasil não é muito diferente. Com um alto nível de despreparo e com o estereótipo cada vez mais acentuado, chegam a circular livros e supostos trabalhos científicos que alinham um cunho religioso muito preocupante. Criações de religião absoluta para a roma e coisas do gênero. A diversidade deve ser respeitada mais do que nunca, para que não se perca a memória e a história.

Na reunião anual da AMSK/Brasil, realizada no início de Abril, o corpo de fundadoras elaborou um programa de ações e projetos a ser desenvolvido durante o ano devendo abranger pelo ao menos 5 estados e três países que já superaram a fase da desinformação primária pela qual passa o país.

Com sua estrutura reformulada e com novos integrantes, a AMSK/Brasil começa a desenvolver material voltado a qualificação científica de dados e pesquisas.
Com um programa de metas que discutirá nos próximos 7 anos; um grupo de ações e produtos que possuam situar homens e mulheres da roma, para assumirem um estratégia acompanhada de ação.

Em meio a um pseudo Estatuto do Cigano, um simples uso do plural já ajudaria, afinal de contas, fechar os olhos num empoderamento machista, esquecendo as mulheres que hoje são arrimo de família é no mínimo vergonhoso. Ainda há a chamada situação análoga ... essa continua nos arrepiando. Situação análoga a condição étnica de ser roma é simplesmente sem discussão, foge ao conceito e a condição básica de respeito por uma etnia, um povo e o direito inquestionável de existir.

No dia 16 de maio se comemora o dia da Resistencia dos Rroma e dia 24 de maio o dia Nacional do Cigano. A situação é séria minha gente, ou se luta por políticas públicas que possam ser efetivadas ou se tira foto para colocar na cabeceira.

O nível dessa discussão precisa subir e essa é, sem sombra de dúvida uma das maiores preocupações da AMSK. Das mais de 5 mil mulheres de etnia romani, que recebem o bolsa família hoje no país, muitas são arrimo de família. Delas, depende o sustento e o futuro dos pequeninos.

Estão programadas 3 grandes reuniões para esse ano. Esperamos que o bom senso e o espírito de união realmente prevaleça, acima de crenças religiosas, disputas de classe social, diferença de gênero e sub grupo.


Opré roma – avante ciganos, essas duas palavras significam muito, mais do que simplesmente pronunciá-las, precisamos vivenciá-las, caso contrário, tudo continuará no folclórico e pitoresco.

AMSK/Brasil